Medicina do biquini

Será que isso ainda existe?

 Você sabia que a ‘medicina do biquini’ significa ainda, em pleno século XXI, que a identidade da mulher se limita aos seus órgãos reprodutivos?

Pois é…

Esse é um símbolo da estagnação na compreensão da saúde da mulher, que desconsidera uma visão mais abrangente e atualizada do corpo e mente femininos. 
Lisa Mosconi, professora de neurociência, diretora do Programa de Prevenção de Alzheimer no Centro Médico Weill Cornell — Nova Iorque, e defensora da saúde cerebral das mulheres, lança luz sobre essa questão, destacando a necessidade imediata de uma abordagem mais progressista e informada.

Em seu notável TedTalk, Mosconi mergulha fundo na complexa interseção entre o cérebro feminino e a menopausa, desafiando noções antiquadas e estereotipadas sobre esse período crucial na vida das mulheres.

Sua pesquisa pioneira revela que a menopausa não é apenas um evento reprodutivo, mas também uma transição neuroendócrina significativa. Ao investigar os efeitos das flutuações hormonais na saúde cerebral das mulheres, Mosconi destaca uma série de descobertas surpreendentes.

Uma das conclusões mais marcantes de suas pesquisas é a ligação entre a menopausa e o aumento do risco de distúrbios cognitivos, como a doença de Alzheimer, nas mulheres. De acordo com Mosconi, a diminuição dos níveis hormonais durante a menopausa pode desencadear mudanças no cérebro que tornam as mulheres mais suscetíveis a essas condições debilitantes. 

O fim da vida reprodutiva da mulher é marcado pela queda da produção dos hormônios estrogênio e progesterona e eles desempenham um papel importante na regulação da função cerebral.

Perda de memória, insônia e ansiedade, para citar alguns sintomas, se originam no cérebro, portanto são sintomas neurológicos e isso é muito importante porque é aí que a área médica deveria atuar: de forma holística olhando para a mulher a partir de diversos prismas.

No entanto, Lisa também ressalta que a menopausa pode ser uma fase de oportunidades únicas para as mulheres, marcada por uma maior introspecção, autoconhecimento e crescimento pessoal.

“O cérebro passa por uma transição porque faz sentido fazê-lo. Após a menopausa, todos aqueles neurônios e conexões entre neurônios que eram necessários para apoiar a ovulação e possibilitar uma gravidez não são mais necessários e podem ser descartados. É a chance de o cérebro ficar ‘mais enxuto e eficiente’, se quiserem dizer assim —isso pode levar a alguns problemas, mas também tem algumas vantagens”, disse a cientista em entrevistas.

“As mulheres pós-menopausa não são mais reprodutivas, mas podem permanecer produtivas. Algumas mulheres relatam sentir-se mais liberadas e experimentar um novo sentido de clareza e foco pós-menopausa. A redução nas flutuações hormonais também pode levar a um renovado bem-estar emocional para algumas. Essa fase parece promover uma conexão mais profunda com o próprio corpo e mente, melhorando a empatia e o domínio emocional.”

Ao desafiar as limitações da ‘medicina do biquíni’ e destacar a importância da saúde cerebral das mulheres, Mosconi oferece uma nova perspectiva sobre a menopausa, uma visão informada e compassiva que reconhece a complexidade e singularidade da experiência feminina. Seu trabalho não apenas amplia o entendimento sobre esse período de transição na vida das mulheres, mas também inspira uma mudança de paradigma tão necessária na abordagem da saúde feminina.

Nós estamos aqui para isso!

Saúde olhada de maneira multidisciplinar, focada em avanços de pesquisas científicas, olhando para a mulher como uma abordagem integral.

Nunca mais só um biquini!!!

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